O gênero cyberpunk, um subgênero da ficção científica, é conhecido por explorar sociedades futuristas marcadas pela alta tecnologia e, ao mesmo tempo, por profundos abismos sociais. Nestes universos, máquinas e humanos se misturam em tramas que questionam ética, identidade e o poder das corporações. Confira a seguir alguns dos filmes mais emblemáticos desse universo visualmente marcante e tematicamente provocador.
RoboCop (1987)
Dirigido por Paul Verhoeven, “RoboCop” se passa em uma Detroit do futuro, onde a cidade foi praticamente entregue às grandes corporações. Uma delas, a Omni Consumer Products (OCP), controla a polícia e implementa um novo tipo de combate ao crime: um ciborgue policial. A história acompanha Alex Murphy, um agente brutalmente assassinado e que retorna como RoboCop. O filme se destaca por criticar o avanço desenfreado do capitalismo e a desumanização causada pela tecnologia.
Blade Runner – O Caçador de Androides (1982)
Dirigido por Ridley Scott e baseado no romance de Philip K. Dick, “Blade Runner” é uma das obras mais influentes do gênero. Ambientado em uma sombria Los Angeles de 2019, o longa acompanha Rick Deckard, um ex-policial que caça replicantes – androides que desafiaram sua programação e agora vivem ilegalmente entre os humanos. O filme levanta questões filosóficas sobre consciência, identidade e o que nos torna humanos. Em 2017, ganhou uma continuação elogiada: “Blade Runner 2049”.
Dredd (2012)
Inspirado nas HQs “Juiz Dredd”, o filme mostra um mundo dominado por violência e miséria, onde a figura do juiz atua como autoridade máxima. Karl Urban interpreta Dredd, que, ao lado de sua parceira novata, precisa restaurar a ordem em um enorme prédio dominado por uma chefe do tráfico. Com estética crua e ação intensa, o filme foi bem recebido pelo público e pela crítica.
Akira (1988)
Clássico da animação japonesa, “Akira” é uma das obras mais influentes da ficção científica. Dirigido por Katsuhiro Otomo e baseado em seu próprio mangá, o filme se passa em Neo-Tóquio, após um desastre nuclear. A narrativa gira em torno de Kaneda e Tetsuo, dois jovens envolvidos com gangues de motoqueiros. Após Tetsuo desenvolver poderes telecinéticos, eventos de proporções catastróficas começam a se desenrolar. A estética, trilha sonora e crítica social fazem de “Akira” um marco do gênero.
Upgrade: Atualização (2018)
Este suspense futurista apresenta um mecânico que perde os movimentos do corpo após um ataque que também mata sua esposa. Sem perspectivas, ele aceita a proposta de um cientista para implantar um chip experimental que o faz voltar a andar — e o transforma em uma máquina de combate com capacidades sobre-humanas. O filme, dirigido por Leigh Whannell, é elogiado por sua abordagem ágil e visual impactante, além de trazer à tona dilemas éticos sobre o controle da tecnologia.
Hardware – O Destruidor do Futuro (1990)
Pouco conhecido, mas cultuado, “Hardware” mistura terror e ficção científica. O longa retrata uma Terra devastada por guerras nucleares, onde uma artista recebe, sem saber, os restos de um robô militar. Quando a máquina se reconstrói sozinha, começa uma luta desesperada pela sobrevivência. A produção é marcada pelo clima claustrofóbico e pela crítica ao uso militar da tecnologia.
Um gênero que continua evoluindo
O cinema cyberpunk segue vivo, explorando novas possibilidades narrativas e estéticas, refletindo nossas ansiedades sobre o futuro da humanidade. Essas produções não apenas entretêm, mas também provocam reflexões profundas sobre o impacto da tecnologia em nossas vidas. Seja por meio de animações japonesas, blockbusters americanos ou produções independentes, o gênero continua a se reinventar e a conquistar novos públicos.